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sexta-feira, 22 de julho de 2011

DISPUTA ACIRRADA PELO MURO DAS LAMENTAÇÕES.

Além de competição por território e soberania, símbolo de Jerusalém Oriental é reivindicado por judeus e palestinos.
O primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, condenou na semana passada um estudo publicado pela Autoridade Palestina que nega qualquer ligação entre judeus e o Muro das Lamentações, local sagrado e icônico de culto judaica na Cidade Velha de Jerusalém, descrevendo seu relatório como "repreensível e escandaloso".

Peregrinos de igreja russa passam em frente ao Muro das Lamentação, em Jerusalém Oriental

O episódio pareceu um sinal de agravamento da atmosfera após um hiato de dois meses nas negociações de paz. As declaração de Netanyahu se referem a um longo artigo publicado em árabe pelo site do Ministério da Informação do governo palestino, liderado pelo presidente Mahmoud Abbas e pelo primeiro-ministro Salam Fayyad, na Cisjordânia. A publicação foi anteriormente relatada pelo jornal Jerusalem Post.
Jerusalém e seus lugares sagrados são dos problemas mais intratáveis e emocionais do conflito entre israelenses e árabes. Israel conquistou a parte oriental de Jerusalém, incluindo a Cidade Velha, da Jordânia na guerra de 1967, e anexou-a em um movimento que nunca foi reconhecido internacionalmente.
Cerca de 200 mil judeus vivem em áreas de Jerusalém Oriental, que têm sido desenvolvidas desde 1967, em meio a 250 mil palestinos, que reivindicam Jerusalém Oriental como a capital de um futuro Estado palestino.
O Muro das Lamentações é um remanescente do muro de arrimo de um planalto reverenciado pelos judeus como o Monte do Templo, local onde ficavam seus templos antigos. O planalto é também o terceiro local mais sagrado do islã. Conhecido pelos muçulmanos como Haram Al-Sharif, ou Santuário Nobre, o local agora inclui a mesquita Al Aksa e o Domo da Pedra.
Estudo palestino alega que muro sagrado para judaísmo não teria ligação com judeus


Na tradição muçulmana, o muro é o lugar onde o profeta Maomé atrelou seu cavalo alado, Buraq, durante sua viagem milagrosa de uma noite de Meca a Jerusalém no século 7.
O estudo palestino nega qualquer ligação histórica entre judeus e o local, segundo o autor Al-Mutawakel Taha, oficial do Ministério da Informação. Nele, ele afirmou que "o muro da Al Buraq é o muro ocidental da Al Aksa, que os sionistas falsamente reivindicam e chamam de Muro das Lamentações ou Kotel". Autoridades palestinas há muito negam as reivindicações de herença judaica em Jerusalém, argumentando que não há provas de que o platô foi o local de templos antigos.
Netanyahu insiste na construção de assentamentos nas áreas judaicas de Jerusalém, como todos os governos israelenses desde 1967, mas ele não expôs suas intenções quanto ao futuro estatuto da cidade desde que tomou posse.

ControleA competição não oficial pelo controle de Jerusalém acontece pedra por pedra e casa por casa. Na semana passada, ativistas judeus se mudaram para um prédio que haviam adquirido em Jebel Mukaber, bairro predominantemente árabe com vista para a Cidade Velha e seus santuários, e na quarta-feira um outro grupo de ativistas judeus se mudou para um apartamento no Monte das Oliveiras, no bairro palestino A-Tur.
O estudo de Taha foi publicado no site de seu ministério um dia depois de o governo israelense aprovar um projeto de US$ 23 milhões para renovar e desenvolver o Muro das Lamentações e seus arredores ao longo de cinco anos.
Netanyahu, em um comunicado divulgado por seu gabinete, disse que o Muro das Lamentações "tem sido o local mais sagrado do povo judeu há quase 2 mil anos, desde a destruição do Segundo Templo". Ele acrescentou que a recusa da Autoridade Palestina em aceitar um elo judeu "questiona as suas intenções de chegar a um acordo de paz, cujas bases são a coexistência e o reconhecimento mútuos".
Netanyahu exortou os líderes da autoridade a rejeitar o documento. Não houve comentários imediatos de autoridades palestinas.
Mas, em outra indicação da atmosfera tensa, o governo palestino emitiu um comunicado intitulado "Crimes Israelenses de Destruição", listando ações israelenses em Jerusalém e a demolição de inúmeras construções palestinas nos últimos dias, em áreas da Cisjordânia controladas por Israel sem autorização.

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