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quinta-feira, 26 de janeiro de 2012

Coluna do Professor Sepulveda.


Mateus 22, 34-37.
Os fariseus, sabedores de que haviam feito calar os saduceus, juntaram-se em grupo e um deles, que era versado na Lei, para provocá-lo, assim o contestou: Mestre, qual o maior mandamento da Lei? E Jesus respondeu: amarás ao Senhor teu Deus de todo coração, de toda tua alma, com toda força de teu entendimento.

            Jesus sempre se pronunciou sobre os fundamentos da sua doutrina que, por essa razão, denominou-se Cristianismo. Todas as vezes, quando provocado para a arena da disputa intelectual, respondia com a mansa certeza de quem não precisava destruir os argumentos opostos, mas contestá-los com a profundidade de sua Verdade, sem jamais impor certezas absolutas.
            Jesus não era um sofista, no sentido comum do termo, por isso não se preocupava em flagrar contradições no discurso dos outros. Sua argumentação era tão sutil, seu rosto tão puro, seus olhos tão iluminados que nunca ficamos sabendo qual teria sido a reação do oponente. O silêncio que se seguia ao diálogo era mais eloquente do que todas as disputas retóricas.
            Jesus jamais se apressava. Sabia que no mundo das coisas do Espírito, só se pode compreender o que já está em nós; sabia que o Amor só se revela ao Amor, de modo que o fariseu provocador, querendo flagrar Jesus em contradição, viu-se atrapalhado pela declaração do fundamento da nova doutrina. Em outras palavras: qual a exigência última para chegar a ser um cristão? Jesus afirma que é o Amor. O Amor sem reservas, sem interesse, sem barganha ou comércio, sem ansiedade, sem pressa – amor ágape.
            Amarás teu Deus de ( com) todo coração, isto é: incondicionalmente.
            Depois, entregarás a Ele tua alma que não é tua, mas anima tua carne. Tua alma que é o vínculo entre ti e Ele, um vínculo por tempo previsto. E ainda amará teu Deus com tua razão e submeterás ao verbo ( logos) a tutela de tua carne porque no princípio, o verbo se fez carne e habitou entre nós.
            O maior de todos os mandamentos, o fundamento de todos os fundamentos, o sine qua non, o alicerce do templo que Jesus disse morar dentro de nós, a lógica de tudo – o logos – é o Amor.
            Tão simples assim, como tão óbvio! Porém nosso olhar precário, nosso olhar apressado e desatento, recusa-se de ser surpreendido pelo óbvio.
            É preciso voltar a ser criança para ver o Amor. É preciso tornar-se criança para levar às últimas consequências um ato de Amor.
            Louvado seja O Senhor.
                                                           CS

Um comentário:

  1. Obrigado Mestre Sepulveda, sempre um prazer e um aprendizado poder ler seus comentários.

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