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quarta-feira, 22 de fevereiro de 2012

Coluna do professor Sepúlveda.

Professor Sepúlveda





O AMOR JAMAIS ACABA


 

(PAULO  1 Coríntios 13,13)

Agora, portanto, permanecem fé, esperança, amor, estas três coisas. A maior delas, porém, é o Amor.

         Paulo explica a plenitude de ágape, traduzido porcaritas, caridade. Tal tradução deteriorou-se, significando “ atividades caritativas”, um sentido dúbio, embora quem pratica a caridade participa do fundamento do amor-ágape que é a disponibilidade de estender ao outro sua humanidade ou, pelo menos, parte dela.
         Ágape, no entanto, é algo maior e mais profundo.
         Todo amor (que não ágape) é prisioneiro da contingência. É dependente da atração, da repulsa, dos apetites, da simpatia e é, portanto, parcial. Porém ágape (Amor) independe destes estados e humores. A primeira faculdade de ágape é que ele afirma o outro (reconhecido como semelhante) incondicionalmente, isto é, para além de toda contingência do que pode ser ou pode não ser no outro. Ele é nosso irmão porque participa da substância do Pai comum a todos.
         Ágape reúne amante e amado, em função da imagem de plenitude que reconhecemos como sendo a Presença do próprio Deus Criador. É uma força de atração que não nos deixa abandonar a comunidade dos homens, a despeito das forças diabólicas e autodestrutivas que nos acossam em nossa condição de mortais.
         Ágape é aceitação do outro, mesmo em face de sua negatividade, apesar da recusa, a despeito do desprezo, do abandono, da não aceitação. Quantas vezes se dizem que o inferno é o outro?
         Ágape é amor universal porque pertence ao reino da necessidade, da condição fundamental do humano. O Amor-ágape é que nos conduz a superar as barreiras do preconceito, da discriminação, da diferença. É o amor que se doa a si mesmo e perde a noção de pertencimento, portanto, de egoísmo.
         Estar em ágape significa aceitar o solo comum da mesma fé e assim poder praticar a doce inocência do cristão, a esperança.
         Esperar em ágape é comungar com a mente de Deus, da substância do Eterno e tornar-se invencível. Ó morte, que coisa és tu para incomodar-me?

         Ao escrever mais de 100 cantos, cada canto com uma média de 130 versos, da Divina Comédia, o poeta italiano Dante Alighieri descreve uma viagem do Inferno ao Paraíso que se tornou um patrimônio da poesia universal em todos os tempos.
         Na cena final do mais belo poema escrito em 1000 anos da Idade Média, o autor chega à contemplação da Presença de Deus, representada por uma luz intensa, ofuscante, gloriosa, bem no centro do Paraíso. É neste momento que o poeta compreende a força que une todos os seres do universo como fossem um só Ser.
         Termina a obra decifrando o enigma da existência, escrevendo o último verso:
         L´amor che move il sole e l´altre stelle.
         É o amor que move o sol e as outras estrelas, esta é a causa primeira de todo o existente. Só existimos por causa do Amor.
Louvado seja O Senhor.

Um comentário:

  1. Eu penso que só Deus é capaz de manifestar o amor Ágape. Ele sim, nos ama incondicionamente e não pede nada em troca.Temos outras formas de amar e devemos nos esforçar para amar como convém; suportando uns aos outros como nos falou Jesus."O amor é o vínculo da perfeiÇão." Abraços Pr.Fabrício

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