sábado, 26 de fevereiro de 2011
O PASTOR SOLITÁRIO ,PRECISA DE AMIGOS.
Todo o ser humano necessita de companhia, de amigos e de pessoas que o amem
“Eu sou privilegiado” disse certo homem durante uma entrevista televisionada. “Não tenho vivido em vão, pois tenho tido pelo menos alguns verdadeiros amigos na minha vida. Nem todas as pessoas podem dizer isso”.
Quem falava assim era um atleta bem conhecido. Ao recordar a sua vida e realizações, o que mais o impressionava não era tanto a vitória alcançada no desporto, mas a lembrança desses amigos que tornou sua vida digna de ser vivida.
São poucas as pessoas que gostam de viver solitário. É triste ver uma criança abandonada, sem pais e sem amigos. É doloroso chegar à velhice, sem parentes e sem alguém que lhe tribute amizade. Todo o ser humano necessita de companhia, de amigos e de pessoas que o amem.
Um poeta foi perguntado: “Conte-me o segredo de sua vida, para que possa tornar bela e agradável a minha”. O poeta respondeu simplesmente: “tive um bom amigo”.
Há um pensamento bem conhecido na comunidade cristã européia que diz que “nem só de pão vive o homem, mas do aroma das rosas, do perfume dos botões de laranjeira, do odor do feno ceifado, do calor da mão de um amigo, da ternura de um beijo de mãe”. (The University Presbyterian).
A amizade sincera e verdadeira pode transformar vidas. O segredo de muitas pessoas felizes é que tiveram um amigo. Bem assim, a causa de muitas tragédias é a ausência de um amigo fiel e sincero. Foi Cícero que disse: “Há certos amigos que são como as andorinhas: acompanham-nos no verão da prosperidade e voam no inverno das aflições”.
Para ter amigos é preciso ser amigo. Muitos falham porque não sabem ser amigos; pensam somente em si e não sabem viver para os outros.
Jesus foi e é amigo incomparável. É maravilhoso ouvir dos seus lábios a seguinte expressão: “Vós sois meus amigos” (Jo. 15:14).
Pessoas que oram a Deus por amigos tem de estar preparadas para os receber de Deus como uma surpresa muito especial.
A necessidade de amigos é universal. Todos nós precisamos de amigos que, como Salomão diz “ama em todo o tempo” (Prov. 17:17). Todos nós desejamos alguém que nos ame tal como somos, com todas as nossas fragilidades e fraquezas, e não simplesmente pelo que fazemos ou possuímos. Não admira que a Bíblia fale muito da amizade.
É um fato interessante que todas as extraordinárias histórias bíblicas a cerca da amizade envolvem homens. Como a necessidade de ter amigos é universal, penso ser importante examinarmos algumas áreas da amizade.
Jó – uma das mais antigas histórias de verdadeira amizade foi contada em relação à Jó. Ele ficou privado de tudo. Os seus filhos morreram. Os seus bens perderam-se. A sua saúde desapareceu. A sua esposa não o apoiou.
Jó experimentou a verdade expressa em Prov. 18:24 “Há amigo mais chegado que um irmão”. Os seus amigos permaneceram-lhe fiéis durante o período de maior necessidade. Eles puseram de parte as suas próprias necessidades e interesses, quando ouviram falar da tragédia de Jó. Concordaram de ir ter com ele para confortá-lo. É interessante que não lemos no livro que Jó tivesse irmãos e irmãs antes de Deus lhe restituir a sua prosperidade.
Quando os amigos se encontraram com Jó pela primeira vez, notaram que a sua dor era demasiado grande para se usarem palavras. O mais apropriado era um silêncio respeitoso e, portanto, sentaram-se durante sete dias e sete noites sem dizerem uma palavra. Jó não só tinha amigos, mas amigos que de fato sabiam guardam silêncio quando ainda não havia nada a dizer.
Uma das bênçãos da verdadeira amizade é que podemos ser honestos. Não precisamos fingir se melhores do que somos, ou ser diferentes do que realmente somos. Quando Jó enganado por seus sentimentos, sentiu que mesmo Deus o tinha abandonado, não hesitou em partilhar esse sentimento com os amigos: “Compadecei-vos de mim, amigos meus, compadecei-vos de mim, porque a mão de Deus me tocou” (Jó 19:21).
A amizade depende da interação. Todas as boas amizades implicam dar e receber. Há alegria e dor. Mesmo os melhores amigos nos decepcionam de vez em quando. Isso acontece porque são humanos. Assim em última análise, devemos recorrer a Deus e não aos amigos. Quando os amigos de Jó o decepcionaram, ele clamou a Deus (Jó 16:20).
A certa altura, os amigos de Jó precisaram que ele invocasse o perdão de Deus para as fraquezas que demonstravam. “A minha ira se acendeu contra ti e contra os teus dois amigos...” disse Deus aos três, “porque não dissestes de mim o que era reto, como o meu servo Jó... e o meu servo Jó orará por vós; porque deveras a ele aceitarei para que eu vos não trate conforme a vossa loucura” (Jó 42:7-9).
Há uma relação espiritual importante entre a expressão de amizade e o temor que a pessoa tem a Deus. “O que não mostra bondade para com seu amigo abandona o temor do Todo Poderoso”.
Davi e Jônatas – a mais emocionante história bíblica de amizade é a de Davi e Jônatas (I Sm. 18:1-4; 19:1-7,20). Estes dois homens podiam facilmente tornar-se adversários ferozes, pois um era filho do rei e o outro era sucessor desse mesmo rei. Em vez de se separarem pelo ciúme, os dois uniram-se numa profunda e crescente amizade.
Esta amizade e esta feição eram tão grandes que cada um amou mais o outro do que a si mesmo. É este o nível mais elevado de amizade. Ela permanece fiel até a morte. De fato, foi mesmo além da morte neste caso, pois Davi demonstrou bondade para com o filho de Jônatas, depois da morte deste (II Sm. 9).
O seu afeto mútuo tinha raízes em Deus. Juntos eles haviam estabelecido uma aliança com Deus.
Jesus Cristo – como ser humano, Jesus precisava evidentemente, de amigos. Tinha um bom relacionamento com os discípulos e uma amizade mais íntima com Lázaro (Jo. 11:11). Desfrutava também de uma boa amizade com as irmãs de Lázaro, Marta e Maria. Visitava regularmente aquela família.
O ponto mais alto da amizade no que toca a Jesus foi muito naturalmente atingido com três dos seus discípulos no monte da transfiguração (Mt. 17:1-9). O ponto mais baixo foi quando os seus discípulos o abandonaram na hora mais tenebrosa da sua vida (Mt. 26:26-46).
Todos precisam de uma amizade profunda e íntima, Jesus teve-a em João a quem muito amava (Jo. 13:23).
Como alimentar amizade - como é que se desenvolvem as amizades? Como é que se alimentam? De acordo com Prov. 18:24, “ o homem eu possui amigos pode congratular-se”.
A amizade é como uma planta que cresce lentamente e precisa de cuidados constantes. A amizade custa tempo e esforço. Uma pessoa que quer cimentar amizades tem de primeiramente, ser um bom amigo. Se não estivermos dispostos a isso, não podemos esperar fazer amigos.
Este caminho é uma via de mão dupla, “pois é dando que se recebe”. Por isso dedique-se a interceder diariamente por seu pastor e sua família. Dê também tempo de qualidade, quando com o seu líder espiritual estiver. A Bíblia deve ser obedecida em todo o seu conteúdo, então honre e considere aqueles que Deus colocou em sua vida, e na igreja a qual você coopera.
Uma saudável comunicação significa também ouvir. É uma situação em que se dá e recebe. “Como o ferro com o ferro se aguça, assim o homem afia o rosto do seu amigo” (Prov. 27:17).
Sirva com alegria. A riqueza da amizade está na disposição de darmos de nós mesmos. Os amigos não devem ser usados, nem devemos nos aproveitar deles. Devem ser servidos. A amizade custa alguma coisa. Nunca se colhem rosas sem espinhos. Os que evitam os espinhos, com certeza não desfrutarão do perfume das rosas. Mas imagine como nesse caso a vida ficaria sem cor!
E quando houver necessidade de fazer alguma observação ou crítica, faça-o construtivamente. Como expressão da lei do amor, a nova versão de Jesus da “regra de ouro” é “tudo o que vós quereis que os homens vos façam, faça-lho também vós, porque esta é a lei e os profetas” (Mt. 7:12).
É difícil para uma pessoa receber críticas de outras. O nosso orgulho resiste até o fim. Salomão, porém na sua sabedoria, queria a crítica. Ele afirmou que preferiria as feridas fiéis de um amigo, aos beijos de um inimigo (Prov. 27:6). Pitágoras, filósofo e matemático, assim se expressou, quando fez referência aos seus amigos: “Se não tens um amigo para te corrigir os defeitos, paga um inimigo te prestar este benefício”.
Os amigos autênticos podem ser instrumentos de Deus, através dos quais possamos crescer. Somos membros do mesmo corpo, e precisamos experimentar a graça de sermos edificados em um só Espírito (Ef. 4:4).
O autor aos hebreus exorta aos cristãos a serem obedientes aos vossos guias (Hegoumenoi – Hb. 13:17). Submissão, isto é, debaixo da mesma missão e esforçando-se juntos para alcançarem o alvo proposto. Então, submissão aos guias de acordo com o autor é razoável, desde que eles levem sobre si uma grande responsabilidade. Eles velam pela alma dos homens, com o mesmo cuidado com que os pastores vigiam durante a noite.
“Mas façam isso com alegria e não gemendo, porque isto não aproveita a vós outros” (Hb. 13:17). A implicação está em que alguns líderes da igreja do primeiro século já estavam tendo aborrecimentos em sua tarefa e não alegria. Isto não trazia benefícios para a congregação. Portanto, deveriam estar dispostos a esforça-se o máximo a fim de colaborar com seus líderes reconhecidos. A congregação deveria buscar diminuir as dificuldades da liderança e não aumentá-las, capacitando assim os guias a realizarem o seu trabalho com alegria e não com tristeza. Entendemos assim, que “só existe amizade onde existe o desejo de tudo partilhar: cuidados, sofrimentos, alegrias, trabalhos, temores, idéias, projetos”; pois aquele que não usufruir a camaradagem cristã aqui na terra jamais a usufruirá nos céus.
Sim, o pastor precisa de amigos. Amigos verdadeiros. Amigos que o amem como pessoa, como homem, que sendo pecador, foi separado por Cristo para o exercício profético, para ser ministro de Cristo (Rm. 15:16).
Sim, o pastor precisa de amigos que lhe apresentem o ombro para ampará-lo e mãos para aplicar o bálsamo nas feridas causadas na caminhada árdua pelos desertos e áridos caminhos da vida.
O seu pastor precisa de você, que é amigo!
“O conselho que o amigo dá de coração é agradável como um perfume suave” (Prov. 27:9).
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